A entrada no novo ano teve um nome associado: Miguel! A alegria dos Ferreiras (e não só). A minha alegria pelo convite que me foi endereçado no dia 8 de Janeiro. Ser padrinho não é para qualquer um. Não nos faz pessoas mais importantes nem mais ricas. Antes nos faz pessoas especiais. E mais responsáveis. Porque na verdade temos influência na educação de uma criança. E, como Cristãos, devemos educá-los perante os valores da Vida, do Respeito e do Amor. Isto de ser padrinho não é fácil. Não é só dizer que temos um afilhado, que lhe damos miminhos, beijinhos e prendas. Até porque não é isso que ele mais precisa. Felizmente os pais podem estar muito tempo com eles. E Deus queira que assim continue a ser! O padrinho é uma figura importante, mas é bom que esteja na sombra dos pais. Na sombra. Não na ausência...
Neve! O 2006 teve neve em Évora! E que neve! Para quem está habituado a ver neve na televisão, o dia 29 de Janeiro foi indescritível. Lindo, único e eterno! Jamais esquecerei. Jamais esqueceremos aquele dia! E a universidade vestida de branco é inesquecível...
2006 teve (finalmente!) a conclusão do Mestrado. É bom terminar um passo que se começa, chegar ao fim de uma caminhada. Que se faz de bons e maus momentos, mas que tem um grande caminho árduo, espinhoso e de solidão, chamado dissertação. Caminho que chegou ao fim com aproveitamento.
Escócia. Luz solar entre as 4 da manhã e as 11 da noite! Um cheiro característico... Em trabalho, mas com tempo para descontrair... A Escócia foi também inesquecível. O início de um Verão muito bom. Começou na Escócia, continuou com o Mundial da Alemanha (4º lugar!), seguiu com medalhas no atletismo e prosseguiu com umas belíssimas férias.
O Verão terminou em grande: com o meu primeiro herdeiro a caminho. Foi uma confirmação espantosa! E aquilo que uma ecografia pode fazer... É impossível ficar-se indiferente a uma criança que, com pouco mais de 8 semanas, mexe os pés... É o milagre da Vida! E se tive que aprender a ser padrinho (algo que continuo a fazer), alguns meses depois tivemos (eu e a Carlita) que escolher quem iria ter esse papel com o nosso filho. Não foi fácil. Nem o padrinho nem a madrinha. Como disse atrás, o padrinho tem um papel muito importante. Não no frontoffice, mas no backoffice. Não é o pilar da educação (eu pelo menos não desejo ser). Mas, e falo por mim, vejo nos padrinhos exemplos do que quero (e não quero) ser. E foi também pensando nisso que escolhemos os padrinhos para o nosso filho. Não que o Ricardo ou a Carla sejam pessoas perfeitas (felizmente que não são, senão o meu filhote nunca iria ligar muito ao que dizem o pais, preferindo os exemplos de perfeição que seriam os padrinhos); não que não houvesse outras pessoas que servissem de modelo, porque as há, e vão servir de modelo mas com outros papéis; mas a verdade é que eu gostava de ter um pouco do Ricardo e um pouco da Carla e sei que, com aquilo que os pais lhe vão ensinar e o que os padrinhos lhe vão ensinar, teremos um ser humano mais completo. E quando a isso juntar ainda o exemplo dos avós, dos tios e demais amigos, então será ainda mais completo.
E veio o livro. Outubro foi o mês do livro. Nada de mais, apenas uma pequena edição da dissertação de mestrado. Mas uma edição com um sabor muito especial.
Estádio da Luz. Estivemos lá! 37065 pessoas, entre os quais eu e a minha mana. Novembro (e novamente em Dezembro, com uma assistência semelhante). Indescritível! E duas vitórias por 3-0.
Sonho: Novembro foi também mês daquilo que espero que seja o início de um sonho porque luto (e que comigo luta a minha mulher) há alguns anos: dar aulas. Um horário pequeno, mas que é o início de algo (como todos nós fomos um dia pequenos…). Dar aulas foi um sonho que deu em realidade. E que tem sido também indescritível!
Dezembro, mês de emoções. Umas más, outras boas. Infelizmente não pude passar a noite de aniversário com a minha irmã e com o meu afilhado (o trabalho assim o obrigou). Mas é reconfortante ver como uma vida que há 15 anos despontou consegue pôr tanta a gente a chorar. Uma vida que tem o meu dedo, que tem o meu quê de personalidade, que tem o meu quê de pensamento... E ver ao mesmo tempo que uma vida que nasceu há um ano consegue pôr tanta gente a sorrir... E quase ao mesmo tempo saber que vamos ter outro ser nas nossas mãos, nos próximos meses, que já tem nome... Que já é pessoa! Que já sente o pai e a mãe…
E chegou o Natal. O Natal que nos deu duas prendas antecipadas. Uma amarga e outra doce. E a doce soube tão bem... 19 de Dezembro. Um gesto tão pequeno mas que me deu tanta alegria... Poder estar uma tarde com o meu afilhado, vê-lo rir, vê-lo dormir, vê-lo brincar... Uma tarde do ano poder dizer aos pais: “estejam descansados, ele está bem entregue”. Que também merecem... É doce. E continuo a dizer, foi a melhor prenda deste Natal!
É impossível um ano com um afilhado, com neve, com um Mestrado, com uma viagem à Escócia, com um 4º lugar no mundial, com medalhas no atletismo, com umas grandes férias, com um filho, com um livro, com idas ao Estádio da Luz e com o início daquilo que espero que seja uma carreira a dar aulas ser um mau ano… Definitivamente 2006 foi um bom ano!
Mas não se consegue ter um ano tão bom sem companhia. Muitas pessoas foram aqui referenciadas, como tendo ajudado a completar o ano de 2006. Mas há alguém que merece todas as palavras, todo o suor e todas as lágrimas. É ela que passa horas a fio à minha espera na cama, até que eu me deite (isto é simplesmente verdade…). É ela que me atura e me pega ao colo quando eu preciso. É ela que literalmente me alimenta (só falta mesmo pôr-me a comida na boca, e às vezes até isso quase que faz). E está por trás de tudo de bom que acontece na minha vida e que aconteceu este ano. Bom, não fez cair a neve, mas esteve a brincar lá comigo; não fez com que Portugal ganhasse os jogos, mas festejou comigo; não esteve no Estádio da Luz… mas acolheu-me com um abraço quando voltei. De resto está lá em tudo. E é bom saber que se chega a casa e se tem um colo e uma pessoa quente para nos acolher… Porque as noites são frias e as viagens de Beja são longas…
E está se calhar na altura de revelar algo. Lembram-se do que eu disse que estará escondido nos agradecimentos da minha dissertação? Voltem ao post do dia 20 de Março com o título de “Agradecimentos”. Ou peguem no livro se o tiverem à mão. Juntem as primeiras letras de cada um dos 10 parágrafos. E está lá um agradecimento muito especial! Que o fiz há cerca de dois anos (antes de me casar). Que faço todos os dias. E que volto a fazer agora! Porque definitivamente 2006 foi um grande ano! Mas que sozinho seria impossível...