sábado, fevereiro 20, 2021

Coisas engraçadas da vida...

Há cerca de 8 anos (e mais uns pós) candidatei-me a um lugar para dar aulas e fazer investigação na Coreia do Sul, tendo inclusivamente feito uma entrevista (às 6 da manhã portuguesas, em pleno horário de inverno). Eu próprio não tinha grandes expectativas e o resultado foi aquele que eu esperava e não fui selecionado. Passado este tempo todo, recebi há um par de dias um email de um investigador que está numa universidade sul coreana com o objetivo de trabalhar comigo. Já temos uma reunião marcada. Felizmente, desta vez, será às 9 da manhã de cá!

segunda-feira, fevereiro 15, 2021

10 anos de casa

Há 3653 dias assinava o meu primeiro contrato com o Politécnico de Portalegre, via Escola Superior Agrária de Elvas. Longe de imaginar que, passados exatamente 10 anos, estaria na mesma Escola, com um nível de responsabilidades totalmente diferente. Cheio de histórias para contar com alunos, funcionários e colegas docentes. 10 anos de histórias e estórias. Que me mudaram por completo. Para melhor!

quinta-feira, fevereiro 11, 2021

A pandemia, o teletrabalho e a escola em casa (e estas coisas)

A cada dia que passa sinto-me mais convencido de que a reabertura deste cantinho me fez bem. Fundamentalmente porque aqui, ao contrário de outros fóruns, posso continuar a dizer alguns disparates, sem que venha logo algum maluco do politicamente correto dizer o que quer que seja.

Continuo a utilizar o Facebook, é certo. Todos os dias gosto de ir ver as minhas memórias e gosto de acompanhar algumas páginas e, óbvio, poder contactar com algumas pessoas que tenho como amigos. E sim, também deixo um ou outro post: a generalidade das vezes coisas dos miúdos para me rir; uma outra parte relacionada com os meus trabalhos académicos. Mas cansa-me o muro de lamentações. Pior: cansa-me que o facebook seja o muro de lamentações de pessoas supostamente inteligentes.

A última prende-se exatamente com a questão da escola em casa. Alguém muito preocupado que tem uma criança de 9 anos e outra de 5 e que tem que trabalhar em casa e que depois ressalva que alguma coisa de positivo se há de tirar, nomeadamente questões de autonomia para os miúdos. O post em si não é nada de lamuriante, mas os comentários têm um chorrilho de parvoíces.

Sim, não é fácil de gerir a situação que todos vivemos. Acho que não há quem não concorde com isso. Mas continuo a achar que o tempo que muita gente passa a dissertar sobre estas coisas nas redes sociais poderia ser passado a procurar soluções para minimizar esse problema. Ok, eu também demoro tempo a escrever estas coisas. MAS não me queixo da minha vida. Até quando disse que a minha sala parecia um call center foi para brincar com a situação, não para me queixar. É na sala que eu trabalho, dou aulas, vigio testes e tenho formação (atualmente, dois dias por semana). Na mesma sala onde o Rui e a Ana têm as suas aulas. Na mesmíssima sala onde há a única televisão que temos em casa, onde o João e a Sara se distraem. Mas convivemos de forma relativamente pacífica. Um aviso aqui, um grito ali, mas estamos a caminhar para o final da primeira semana e está tudo em paz (claro, com a Laura a ajudar). Eu continuo a fazer o meu trabalho de subdiretor, professor, coordenador institucional, investigador... Tudo em teletrabalho, com dezenas e dezenas de chamadas por dia, e com os 4 filhos em casa. Mas se disser isto no facebook "Ai Jesus, mas tu és pai, não és mãe, e isto, aquilo, e mais não sei o quê, e aqui o meu filho é mais pequeno, ou aqui o meu filho é maior, mas a minha escola é pior do que a tua, e mais não sei o quê". Felizmente ter um filho de 13 anos (8º ano), uma de 10 (5º ano), uma de 6 (pré-escolar), outro de 3 (que fala uma língua estrangeira que eu não percebo), ser subdiretor, coordenador institucional e tudo o que faço é a solução que os especialistas consideram ideal para este momento de crise. Ou então é sorte. Ou então devia era ter investido em Bitcoins há uns 5 anos que hoje era rico...