quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Geração também de muita preguiça e conformismo!

Os Deolinda inventaram uma música nova que tem tido um sucesso enorme principalmente no Youtube. A semana passada começou a ter tempo de antena e foi imediatamente primeira página dos jornais como o hino da geração "à rasca". Hoje dou comigo a ver um telejornal da SIC em directo do Técnico para esmiuçar esta situação. Entrevistam jovens e pais de jovens para tentar perceber o que se passa. Ouvem-se muitas coisas que são verdade: empresas que procuram pessoas com experiência (e um recém-licenciado não a tem, é um facto), quando é fora da área da licenciatura queixam-se que a pessoa tem habilitações a mais (aqui talvez... tirar as habilitações do CV pode ser solução), ausência de respostas a concursos... só da parte que ouvi. É um facto que tudo isto acontece. Mas acho que se tem que repensar um pouco também em muita coisa.

Com todo o respeito que tenho pelas pessoas que tiram esses cursos, um dos entrevistados é licenciado em... cinema. Uma actividade em que provavelmente a oferta é muito reduzida; um outro é licenciado em gestão hoteleira - em ambiente de crise há vários hotéis a fechar, por exemplo. Entretanto entrevista-se o presidente (não tenho a certeza se é este o cargo) do Técnico que diz algo que é mais do que óbvio e parecido a isto: "em áreas com menos oferta arrisco-me a dizer que o desafio é a criação da própria empresa".

A questão a meu ver é que tem que se ir também mais a fundo. A música dos Deolinda fala no início que esta é a geração dos que vivem em casa dos pais. E continua com "se já tenho tudo para quê querer mais?". Ou seja, há aqui logo uma incoerência pois parece indicar que há algum conformismo. Conformismo que fica também bem patente quando a música diz "Sou da geração "vou queixar-me para quê" / há alguém bem pior do que eu na tv.".

Pelo meio entre aquelas duas frases surge algo como "E ainda me falta o carro pagar". Ninguém é obrigado a comprar novo, carro caro ou último modelo (quem diz isso diz telemóvel, mp3, etc. e tal).

Parece que com isto concordo com o que se passa e que tudo está bem. NÃO! Há muito pouca coisa bem, mas também muitas destas coisas são ausência de vontade das pessoas. As coisas não caem do céu e há que lhes dar valor. Dou sempre o mesmo exemplo, doa a quem doer: as propinas da universidade. Muitos alunos se queixam sobre as propinas serem elevadas. Não sou a favor do ensino superior pago pelo utente, mas há que ver um pouco as coisas: as propinas são 1000 euros por ano (números redondos, pelo valor máximo). Considerando 10 meses de aulas dá 100 euros por mês, o que dá 25€ por semana. Sim, nem todos podem pagar isto. Mas muitos dos que se queixam gastam tanto ou mais em borgas... Adiante.

Falo em preguiça e conformismo porque acho que também eles são motivo para que a geração ande à rasca. É que eu faço também parte da geração dos recibos verdes. Com mestrado cheguei a trabalhar e receber 750€ por mês com recibo verde. O que dava 600€ líquidos por mês, sem direito a subsídio de férias, Natal ou de alimentação. Durante 3 anos fui bolseiro. Ganhava um pouco mais mas continuava a não ter subsídios. Acumulei com tudo isso horas de formação (em 2009 dei mais de 1000h...), explicações, escrevi livros (está a sair o sexto menino), cheguei a fazer projectos... Dei formação em Évora, Faro, Reguengos, Portel, São Manços; fui discutir artigos a Vila Real, Grécia, Japão e Gales; fui dar aulas a Angola duas vezes... Considero-me uma pessoa de sorte neste aspecto, mas acho que se procurarmos um pouco mais, se lutarmos e se formos bons, aparece sempre algo...

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Gosto de ti desde aqui até à lua...

Obrigado Filho!

Sábado, depois de um abraço... "Mas não estou triste! Porque gosto de ti e estás aqui comigo."

Domingo, do nada: "És o meu melhor Amigo! E eu sou o teu melhor Amigo!".

Obrigado Rui. Porque sozinho tornaste este fim-de-semana mágico! (vá, os cocós da mana também ajudaram).

E a teu pedido, estaremos em princípio na Luz no próximo domingo!

domingo, fevereiro 06, 2011