quinta-feira, novembro 11, 2021

Novo ano letivo, novos desafios...

Faz praticamente 3 meses que não escrevia no blog. Várias vezes, em momentos e contextos diferentes voltei a pensar neste cantinho. Foram três meses atribulados. Depois do covid da Ana e dos momentos complicados da quarentena, conseguimos tirar uns dias de férias. O regresso foi para preparar o novo ano letivo, com a novidade de integrar uma nova equipa no Politécnico, cuja formalização foi feita no início de novembro. Agora é arregaçar as mangas e trabalhar em prol do Politécnico!

terça-feira, agosto 10, 2021

word cloud




 

#100

"Congratulations on the acceptance of your manuscript, and thank you for your interest in submitting your work to JRFM"

E foi assim que foi anunciado o meu centésimo trabalho, sujeito a peer review, aceite para publicação. Depois do primeiro trabalho aceite a 9 de março de 2010, chegamos a um número bem redondo em 2021. 

100 trabalhos que envolvem investigadores de pelo menos 13 nacionalidades diferentes (posso ter-me esquecido de algum): Brasil, Cabo Verde, Chile, Coreia do Sul, Croácia, Espanha, Grécia, Irão, Marrocos, Paquistão, Portugal, Rep. Checa e Turquia. Mais algumas nacionalidades deverão ser representadas em breve.

100 trabalhos distribuídos pelas revistas abaixo:
Applied Financial Economics
Asian Journal of Economics, Business and Accounting
Biofuels, Bioproducts & Biorefining
Borsa Istanbul Review
Capítulos de Livros (14)
Debater a Europa (2)
Eastern European Business and Economics Journal
Econometric Research in Finance (2)
Economics and Business Letters
Economics Bulletin 
Economies (2)
Empirical Economics (2)
Entropy
Environmental Science and Policy
Foods
International Economic Journal
International Journal in Physical & Applied Sciences
International Journal of Applied Decision Sciences
International Journal of Business and Management
International Journal of Emerging Markets
International Journal of Environmental Research and Public Health
International Journal of Financial Studies (5)
Journal of Business Research (2)
Journal of Economic Interaction and Coordination (2)
Journal of Emerging Market Finance
Journal of Risk and Financial Management (4)
Journal of the Austrian Society of Agricultural Economics
Physica A (25)
Portuguese Economic Journal (2)
Post-Communist Economies (4)
Renewable and Sustainable Energy Reviews
Research in International Business and Finance
Review of Economic Perspectives – Národohospodárský Obzor
Review of Socio-Economic Perspectives
Revista de Metodos Cuantitativos para la Economia y la Empresa
Scientific Reports
Studies in Economics and Econometrics
Sustainability (7)
Symmetry
The Economic Research Guardian

segunda-feira, julho 26, 2021

O regresso a casa da Ana

O último mês não foi fácil, primeiro com o isolamento do Rui (que não deu em nada), depois com o isolamento da Ana, a confirmação do covid e o subsequente isolamento de todos cá em casa. Que custou mais porque na realidade isolámos a Ana durante duas semanas (entre 2 e 16 de julho) e tivemos que permanecer isolados durante mais alguns dias. Ao fim de dois testes negativos, o bom senso prevaleceu e tivemos alta antecipada. Entre a alta da Ana e a nossa alta passou uma semana, em que a Ana esteve fora de casa, com os avós. Várias vezes a Sara se queixou de saudades, chegou a adormecer a chorar por não ter a irmã em casa. Na noite em que a Ana regressou, depois de muitos abraços durante todo o dia, quando eu e a Laura nos fomos deitar demos com o cenário que se pode ver abaixo: Ana e Sara a dormir, de mãos dadas. Priceless...




quinta-feira, julho 08, 2021

O bicho entrou-nos em casa...

Depois de várias ameaças e confinamentos, em que praticamente ninguém cá em casa se safou, o bicho entrou-nos em casa pela Ana, cumpridora dos diferentes preceitos da proteção do covid. De tão boa aluna que é, nem no raio do teste do covid quis ter negativa... De resto, tudo bem e sem sintomas. Agora é esperar que possamos todos desisolar... uma semana destas...

quinta-feira, junho 17, 2021

E é golo do Rui!

Sempre acreditei que quando se trabalha de forma séria, o sucesso está mais perto. Sempre tentei incutir isso nos miúdos, não só na escola mas também nas suas diferentes atividades. É por isso que me orgulho das pequenas vitórias que os meus filhos têm. Alguns dias depois do Rui se ter estreado num jogo de Juvenis, voltou a ser convocado para a jornada seguinte, fruto do seu trabalho e dedicação. O mister confiou-lhe a titularidade, para enorme surpresa do Rui (e minha também). O Rui respondeu com uma boa exibição, coroada com o momento que podem ver no vídeo abaixo. Momento que será sempre para recordar, até porque o resultado da equipa, que é sempre o mais importante, foi uma vitória por 2-1.


 

domingo, junho 06, 2021

3 (+1) crianças felizes!

Os meus 4 filhos gostam todos de jogar futebol. O Rui e a Ana têm, em função da idade, uma dedicação enorme a este desporto. A Sara gosta de dar uns chutos na bola e de estar com os amigos. O João gosta mesmo de brincar. O Rui e a Ana estão inseridos nas respetivas equipas de competição, a Sara na sua equipa de Petizes (onde tem uns convívios entre equipas de miúdos do mesmo escalão) e o João só vai mesmo aos treinos.

Ontem foi um dia memorável, para mim, enquanto pai. No final do dia, tinha três crianças felizes em casa, em função de objetivos completamente distintos de cada um deles:

 - o Rui, com 14 anos, estava feliz pela estreia no escalão de Juvenis;

 - a Ana, guarda-redes da equipa de Benjamins, foi a um convívio de Traquinas e estava toda feliz porque marcou dois golos (coisa que no escalão normal dela não é habitual, em função da posição que ocupa);

 - a Sara estava feliz porque num dos convívios de Petizes quase marcou um golo.

3 filhos, 3 idades diferentes, 3 formas diferentes de estar no futebol. O Rui porque teve a oportunidade de jogar no escalão acima ("só ter sido convocado já me deixa contente, nem que seja para jogar um minuto"). A Ana porque sabe bem que como GR a sua função é não deixar marcar golos, mas que quando pode marcar, mesmo sem ser em competição, fica contente. Mas a felicidade da Sara, de tão genuína que é, de tão simples que é, deixa-me ainda mais feliz: uma criança feliz porque quase marca um golo mostra níveis de simplicidade enormes.

Todos estes níveis de felicidade surgiram praticamente am simultâneo, em três locais diferentes do distrito de Évora: o Rui estava a jogar no nosso campo, em casa; a Ana em Monte do Trigo; a Sara em Montemor. Obviamente só podia estar com um deles - assisti ao vivo à felicidade da Sara. Gostava de ter acompanhado o Rui na sua estreia pelos Juvenis (vi a primeira parte, antes dele ter entrado em campo) e os golos da Ana (que fui sendo informado por telemóvel). Mas acompanhar o momento da Sara e a sua felicidade, repito, genuína, dá-me uma leveza enorme!!!

Pelos meus filhos, estou eu agora feliz em quadruplicado (pois sei também que o João está feliz, mais que não seja porque ontem de manhã esteve também ele a treinar).

segunda-feira, maio 31, 2021

Dia dos Irmãos

O mês de maio termina com o Dia dos Irmãos. A pandemia deu volta a muita coisa das nossas vidas, incluindo o não podermos estar com aqueles que mais gostamos, com a frequência de que todos gostaríamos. Para quem tem vários irmãos (e respetivas famílias), confesso que esta é uma das questões que me tem feito falta, mesmo considerando que tenho um irmão a muitos kms de distância. Quando estamos juntos, não nos podermos abraçar como deve ser é muito estranho. Todos percebemos isso e acabamos por não o fazer "com naturalidade" (entre aspas por não ser natural...), mas com os miúdos custa ainda mais.

Confesso que nunca fui muito de festejar estes "dias paralelos". Festejo o Dia do Pai e o Dia da Mãe, também o Dia da Criança, mas o caráter mercantilista dos outros dias faz-me não ligar grande coisa a estes festejos. Mas em contexto de pandemia, é uma forma de me lembrar dos meus manos! Com os quais tenho muitas histórias.

Huguinho, Vitinho e Carlita: um grande beijinho a vocês! São os melhores manos do mundo! (não tive oportunidade de ter outros... 😁).

segunda-feira, maio 10, 2021

Regresso aos jogos

Ao fim de mais de um ano voltei a acompanhar um jogo oficial dos miúdos. Se para mim foi especial, por tudo o que esta situação encerra, imagino para os miúdos. Só o olhar do Rui, no regresso a casa, dizia tudo. Para o próximo sábado é dia de acompanhar o regresso da Ana aos jogos!



domingo, maio 02, 2021

Feliz Dia da Mãe!

Em famílias grandes, a pandemia obriga-nos a dividir-nos. Tem sido uma aprendizagem que se torna um pouco ingrata nestes dias especiais. Mas a verdade é que é assim que conseguimos que a mãe Bela possa estar com mais netos! Ainda assim, não deixou de ser excelente a manhã, com o matar de saudades dos primos do Norte! Vê-los a brincar, todos, é sempre tão bom... E a tarde vai também ser de reencontro, com a família da Vila. Aos pouco, mas vai-se matando as saudades...

Ah, claro: e um Feliz Dia da Mãe a todas as mamãs da família!

quinta-feira, abril 22, 2021

Férias ou óculos?

As campanhas publicitárias dizem muito da forma como as pessoas para quem se dirigem pensam. Atualmente há um anúncio de uma ótica que, referindo-se aos preços baixos dos seus produtos, afirma qualquer coisa do género: "Já não preciso de ir de férias este ano e deixar os óculos para o próximo". Sou só eu a ver mal, mas não deveria ser ao contrário?

segunda-feira, abril 12, 2021

14 anos de Rui Miguel

Faz hoje 14 anos que fui pai pela primeira vez. 14 anos depois, a experiência como pai, que se multiplicou com o tempo, continua a ser das mais desafiantes e, sem dúvida, a melhor que tenho na vida. O Rui continua igual a si próprio: em geral um menino calmo, mas com as suas traquinices. Às vezes rabugento, fruto da idade. Mas quase sempre bem disposto e sorridente. Ou não tivesse ele sido apanhado, com 48h de vida, a sorrir...

quinta-feira, abril 01, 2021

Relembra as tuas memórias de 1 de abril

Passou-se o primeiro mês, de pois de ter suspendido a minha conta do "Livro das Caras". A única coisa que me deixa mesmo saudades é relembrar as memórias. Na realidade, era aquilo que me fazia, volta e meia, visitar o facebook algumas vezes até logo que passava a meia-noite (quando estava online). Nos últimos tempos, quando já me estava a desligar, até já só as notificações me lembravam das memórias. Em março, volta e meia lembrava-me das memórias, confesso. Por isso, hoje decidi reavivar as memórias antigas de 1 de abril, deste cantinho. Há 12 anos, dedicava um post ao meu irmão Vitinho. Continua atual 😁

http://dogus-the-dog.blogspot.com/2009/04/cerveja-ou-mulheres-dedicado-ao.html

quinta-feira, março 25, 2021

Quem quer comprar o meu primeiro post?

 Hoje é notícia que o primeiro tweet alguma vez feito, na realidade um tweet teste de Jack Dorsey (fundador do Twitter) datado de março de 2006, foi vendido por quase 2,5 milhões de euros (sim, isso mesmo). O tweet diria algo como "Apenas a configurar o meu twttr", naquilo que poderá ser uma manobra publicitária da Bridge Oracle, no campo das criptomoedas. Da minha parte, estou a vender o primeiro post deste blog "Olá! O meu nome é Dogus, e a partir de hoje vou deixar as minhas opiniões neste blog!".

Em relação ao tweet, tem três vantagens:

1. É mais antigo (data de 25 de outubro de 2005);

2. É maior;

3. Foi escrito por um cão...

segunda-feira, março 15, 2021

Foi pelo Quintana...

Sempre gostei de acompanhar as nossas seleções nas diferentes competições ou até atletas em modalidades individuais. Além do futebol, que nos deu alegrias nos anos mais recentes, lembro-me de vibrar em modalidades como o hóquei em patins (tantas e tantas vezes...), o voleibol (que nos deu uma Liga Europeia), o voleibol de praia (à conta do Maia e do Brenha), o futebol de praia, o futsal e o próprio andebol. Do andebol recordo-me da espetacular equipa do ABC e também do trabalho feito nos últimos anos. Acompanhei os nossos jogadores no recente mundial. Como qualquer Português, estava longe de pensar que veria pela última vez o Quintana a defender as nossas cores. O impensável aconteceu e levou o Quintana. E hoje a seleção, num jogo épico, conseguiu de forma espetacular garantir a presença nos Jogos Olímpicos. Acompanhei o jogo, fiquei descrente quando se abriu o fosso para a França, acreditei quando andámos na frente, voltei a ficar triste quando a uns 5 minutos do fim estávamos atrás por dois golos. A dois minutos e qualquer coisa do fim a desvantagem continuava a ser essa. E a certa altura o comentador diz qualquer coisa como "Vamos lá, é agora, eu acredito!". E foi! A 10 segundos do fim a bola estava nas mãos de um jogador francês, o jogo empatado a 28 quando Portugal precisava de ganhar. Mas roubámos a bola, marcámos em contra-ataque, a 5 segundos do fim. Os franceses ainda buscaram o empate, a bola passou por entre as pernas do nosso GR... e o Quintana riu-se. Riu-se porque isso aconteceu uns centésimos após a buzina. Riu-se porque por momentos viu o desespero do homem que estava na baliza de Portugal, com a responsabilidade de o substituir. Riu-se porque queria estar nos Jogos Olímpicos... e vai estar, no coração de todos os seus colegas de equipa. E o céu certamente lhe fez uma vénia. Eu e muitos portugueses ficámos como este jogador (que eu nem sei quem é): de lágrimas nos olhos. Obrigado Quintana! Missão cumprida... 



domingo, março 14, 2021

11 anos depois...

Foi em março de 2010 que tive o meu primeiro paper aceite para publicação. Terá sido no dia 8 de março que recebi o sim final do paper Adopt the Euro? The GME approach, publicado no Journal of Economic Interaction and Coordination (http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11403-010-0062-x). Desde essa data, nunca mais tive ano nenhum em que não tivesse pelo menos um trabalho publicado. Até 2015 a cadência foi de um a dois papers por ano. Depois disso as publicações tornaram-se algo muito mais frequente, à medida que a investigação se tornava não só uma paixão mas também uma forma de trocar ideias e conhecer gente diferente. Geralmente estou envolvido em mais do que um trabalho simultaneamente. Aliás, é o que acontece agora, com vários trabalhos de cariz diferente. A motivação continua em alta, a jogar em vários tabuleiros, e agora até com a minha cunhada ao barulho 😀

quinta-feira, março 11, 2021

Liberdade!

2f vão reabrir as atividades até ao primeiro ciclo. Vai ser um momento de libertação cá em casa, diminuição da confusão diária. Mas vai ser muito bom para o João e a Sara. O João pede diariamente para ir para a escola, pede por favor e diz que se porta bem... A Sara já precisa também de ver os amigos e ter contacto social com outras pessoas. E nós de paz de espírito...

sexta-feira, março 05, 2021

Trabalho em equipa

Numa primeira fase da minha atividade como investigador, tive oportunidade de fazer algumas viagens ao estrangeiro, no âmbito dos meus trabalhos (assim de repente, lembro-me de ir à Grécia, a Gales, ao Japão e à Escócia). Depois, por motivos profissionais e familiares, deixei de ir a conferências. Mas a continuação da minha atividade de investigação tem-me permitido falar com muita gente, de diferentes nacionalidades e culturas. Mas é tão bom e dignificante...


 

sábado, fevereiro 20, 2021

Coisas engraçadas da vida...

Há cerca de 8 anos (e mais uns pós) candidatei-me a um lugar para dar aulas e fazer investigação na Coreia do Sul, tendo inclusivamente feito uma entrevista (às 6 da manhã portuguesas, em pleno horário de inverno). Eu próprio não tinha grandes expectativas e o resultado foi aquele que eu esperava e não fui selecionado. Passado este tempo todo, recebi há um par de dias um email de um investigador que está numa universidade sul coreana com o objetivo de trabalhar comigo. Já temos uma reunião marcada. Felizmente, desta vez, será às 9 da manhã de cá!

segunda-feira, fevereiro 15, 2021

10 anos de casa

Há 3653 dias assinava o meu primeiro contrato com o Politécnico de Portalegre, via Escola Superior Agrária de Elvas. Longe de imaginar que, passados exatamente 10 anos, estaria na mesma Escola, com um nível de responsabilidades totalmente diferente. Cheio de histórias para contar com alunos, funcionários e colegas docentes. 10 anos de histórias e estórias. Que me mudaram por completo. Para melhor!

quinta-feira, fevereiro 11, 2021

A pandemia, o teletrabalho e a escola em casa (e estas coisas)

A cada dia que passa sinto-me mais convencido de que a reabertura deste cantinho me fez bem. Fundamentalmente porque aqui, ao contrário de outros fóruns, posso continuar a dizer alguns disparates, sem que venha logo algum maluco do politicamente correto dizer o que quer que seja.

Continuo a utilizar o Facebook, é certo. Todos os dias gosto de ir ver as minhas memórias e gosto de acompanhar algumas páginas e, óbvio, poder contactar com algumas pessoas que tenho como amigos. E sim, também deixo um ou outro post: a generalidade das vezes coisas dos miúdos para me rir; uma outra parte relacionada com os meus trabalhos académicos. Mas cansa-me o muro de lamentações. Pior: cansa-me que o facebook seja o muro de lamentações de pessoas supostamente inteligentes.

A última prende-se exatamente com a questão da escola em casa. Alguém muito preocupado que tem uma criança de 9 anos e outra de 5 e que tem que trabalhar em casa e que depois ressalva que alguma coisa de positivo se há de tirar, nomeadamente questões de autonomia para os miúdos. O post em si não é nada de lamuriante, mas os comentários têm um chorrilho de parvoíces.

Sim, não é fácil de gerir a situação que todos vivemos. Acho que não há quem não concorde com isso. Mas continuo a achar que o tempo que muita gente passa a dissertar sobre estas coisas nas redes sociais poderia ser passado a procurar soluções para minimizar esse problema. Ok, eu também demoro tempo a escrever estas coisas. MAS não me queixo da minha vida. Até quando disse que a minha sala parecia um call center foi para brincar com a situação, não para me queixar. É na sala que eu trabalho, dou aulas, vigio testes e tenho formação (atualmente, dois dias por semana). Na mesma sala onde o Rui e a Ana têm as suas aulas. Na mesmíssima sala onde há a única televisão que temos em casa, onde o João e a Sara se distraem. Mas convivemos de forma relativamente pacífica. Um aviso aqui, um grito ali, mas estamos a caminhar para o final da primeira semana e está tudo em paz (claro, com a Laura a ajudar). Eu continuo a fazer o meu trabalho de subdiretor, professor, coordenador institucional, investigador... Tudo em teletrabalho, com dezenas e dezenas de chamadas por dia, e com os 4 filhos em casa. Mas se disser isto no facebook "Ai Jesus, mas tu és pai, não és mãe, e isto, aquilo, e mais não sei o quê, e aqui o meu filho é mais pequeno, ou aqui o meu filho é maior, mas a minha escola é pior do que a tua, e mais não sei o quê". Felizmente ter um filho de 13 anos (8º ano), uma de 10 (5º ano), uma de 6 (pré-escolar), outro de 3 (que fala uma língua estrangeira que eu não percebo), ser subdiretor, coordenador institucional e tudo o que faço é a solução que os especialistas consideram ideal para este momento de crise. Ou então é sorte. Ou então devia era ter investido em Bitcoins há uns 5 anos que hoje era rico...

sábado, janeiro 30, 2021

Recordações da meninice...

Numa publicação recente no seu facebook, uma colega minha relembrou algumas pessoas da Escola de Santa Clara e trouxe à memória a história do fantasma da Irmã Maria Ludovina Carmo, que passeava pela escola com o objetivo de impedir as pessoas de saltar os claustros. Conversa puxa conversa, relembrámos um par de histórias e de pessoas, e a certa altura ela referiu que se lembrava de mim como o "menino mais brilhante e educado da escola". Tal como lhe respondi, a questão do "brilhante" é sempre relativa, até porque sempre tive turmas com excelentes colegas (entre o 5º e o 9º ano, altura em que frequentei a escola, ainda era muito comum). Mais do que a referência ao brilhante, confesso que fiquei muito mais satisfeito pela referência à educação. Aliás, respondi imediatamente desta forma: "Fico contente por ser esta uma das recordações que ficaram, que certamente deixará orgulhosos os meus pais". Há legados que nos deixam que são, de facto, essenciais para toda a nossa vida!

terça-feira, janeiro 26, 2021

Dos resultados eleitorais

Há muito para escalpelizar sobre os resultados das eleições. Há certamente muitas opiniões, umas mais razoáveis do que outras (sempre com a subjetividade do que é isto da razoabilidade), umas mais emotivas que outras, umas mais de direita e outras mais de esquerda. Há uma opinião que coloca muito bem o dedo na ferida: a do Sérgio Sousa Pinto (com quem nem sequer simpatizo, até porque pertence ao "sistema").

Uma das coisas que mais me tem custado engolir é o ataque cerrado que muita gente tem feito ao Alentejo. Começou por ser a primeira surpresa dos resultados de domingo, até porque pela sua dimensão começou a ter os primeiros resultados finais, mas como os resultados demonstram, está longe de ser caso único.

Não gosto de justificar o injustificável, mas a verdade é que o Alentejo tem sido totalmente abandonado e esquecido pelo poder político. E não é de agora. Por exemplo, só há duas capitais de distrito que não têm ligação a auto-estradas: ambas no Alentejo. Acontecendo provavelmente noutros distritos, no de Portalegre é preciso esperar um dia inteiro para ter transporte público para a capital de distrito. Ainda neste âmbito podemos facilmente continuar com exemplos, e tenho ainda um outro muito próximo (física e emocionalmente falando): à conta das pedreiras, qualquer dia arriscamo-nos a que terras como Bencatel ou Vila Viçosa sejam praticamente ilhas.

Mas há muito mais, se formos a outras áreas: o que dizer das condições de alguns hospitais que temos no Alentejo? E esqueçam os problemas relacionados com o Covid, pois a ausência de especialidades, por exemplo, é um problema bem anterior à pandemia. Até o hospital de Évora, que tem um serviço de neonatologia de excelência, se vê permanentemente na possibilidade de o ter de encerrar?

Este tipo de razões não pode servir para justificar tudo, mas tem que servir pelo menos para refletir. Mas deixem-se de apelos a moralismos como aquele que já hoje vi algures escrito de que a responsabilidade tem de ser também de cada um de nós, nas pequenas coisas que fazemos, para conduzir a uma mudança. É muito fácil ser Malato, é o que é...

domingo, janeiro 24, 2021

As eleições de hoje e o "Triunfo dos Porcos"...

Há alguns anos li o livro 1984, uma obra de George Orwell, do final da primeira metade do século XX. É um livro assustadoramente genial, tal a semelhança que apresenta com muitas coisas da vida que vivemos atualmente. É um livro que aconselho vivamente a ler, tendo inclusivamente oferecido um exemplar ao meu afilhado.

Depois de ter lido 1984, fiquei muito curioso sobre outro livro do mesmo autor: "O Triunfo dos Porcos". Na altura procurei pelo mesmo, mas não havia nenhuma edição à venda em Portugal. Na realidade, era esse livro que eu procurava para o Miguel, mas continuava sem estar disponível. Daí a escolha ter recaído no 1984.

Quis o destino que poucos dias depois de iniciar o ano de 2021, tenha visto uma notícia da reedição do livro. Adquiri-o de imediato, ainda em estado de pré-venda, e recebi-o em casa no dia 14 de janeiro. Durante alguns dias esteve em cima da minha mesa e tive a oportunidade de ler pouco mais de uma dezena de páginas no fim-de-semana passado. Hoje li o resto.

"O Triunfo dos Porcos" é mais um livro genial, uma crítica cerrada ao sistema político soviético e ao choque claro entre os "bonitos ideias" políticos e a "feia realidade" da sua implementação. Mas vai muito além disso: mostra como um conjunto de animais (cidadãos) se deixa manipular pelos porcos (líderes políticos), muito por causa da sua falta de reação, fundamentalmente por não terem capacidade argumentativa, por serem seguidistas e por terem uma enorme falta de literacia.

Conhecendo a vida (e obra) de Orwell, a História e o contexto em que o livro é escrito, é possível claramente identificar no livro um ataque frontal à extrema esquerda política. Mas é extensível a qualquer regime totalitário/extremista em que os slogans, o aproveitamento político, o aproveitamento das massas (e da sua iliteracia) conduzem a resultados semelhantes.

À luz do que vivemos atualmente um pouco por todo o mundo, e que em Portugal não é exceção, este livro devia ser de leitura obrigatória. As instituições e as pessoas são mortas pelo seguidismo. As sociedades vão morrendo aos poucos porque este seguidismo é resultado da apatia e da falta de cultura das pessoas. E de existirem indivíduos que se aproveitam das fragilidades das pessoas, ancoradas nessas características, para se armarem em líderes das massas. E serem os porcos da sua quinta...

Hoje é dia de eleições em Portugal. E temos todos os problemas do "Triunfo dos Porcos" à tona. Uma sociedade órfã de gente séria para guiar o país para um rumo que não seja o seu próprio interesse. Uma sociedade apática, ou porque a vida que tem é uma inevitabilidade, ou porque tudo está à distância de um clique. Um conjunto de (supostos) líderes que têm seguidores acérrimos, que puxam pelos extremos que mais lhes são relevantes: do baton vermelho à xenofobia; da má gestão da pandemia, ao calculismo pessoal (mais acentuado numa altura em que não é possível distribuir afetos); do feminismo ao liberalismo. Seis atitudes de seis candidatos. O sétimo, com todo o respeito, representa o estado da sociedade atual que se parece às pedras da calçada... 

Estamos a horas de saber os resultados eleitorais. Prevejo um resultado que vem abanar a sociedade, para pior. Espero que possa ser conjuntural (afinal de contas, o Tino de Rans não tem o peso que lhe deram nas últimas eleições) mas temo que seja mais estrutural, porque as redes sociais estão repletas de gente acéfala... Mas como tudo tem um lado positivo, ao menos fizeram-me reativar o blog. Até porque uma conversa destas pelas bandas do facebook seria pior do que um sermão de Santo António aos peixes...


quarta-feira, janeiro 20, 2021

Saudades do futebol dos miúdos... (e saudades do Dogus, que morreu faz hoje 7 anos)

Vai para 7 anos que acompanho futebol jovem. O Rui começou a jogar em 2014, a Ana em 2017, a Sara em 2018. O João já fez dois treinos esta época. Já acompanhei os miúdos a centenas largas de treinos. Por exemplo, na época 2019/2020, entre setembro e março (quando confinámos por completo) só a Ana já tinha mais de 100 treinos, entre os dois escalões em que jogava e a seleção. Já os acompanhei também a centenas de jogos. Já vi o Rui marcar de todas as maneiras e feitios. Já vi a Ana marcar golos e defender muitos. Já vi a Sara marcar e ficar sem saber o que fazer.

Entre março e maio de 2020 parámos por completo. A partir de maio voltámos ao campo, primeiro só nós e com o início da época em contexto de treino. Mais abaixo podem ver um vídeo de cada um deles, em contextos diferentes, mas que não matam as saudades da competição. Só que a competição é diferente... Deixo-vos uma foto deliciosa da Sara, assim como o texto que na altura deixei no Facebook. Esta foto chegou a ser partilhada pela Mónica Jorge, da FPF.

O futebol faz parte das nossas vidas, faz-nos falta, ainda que nos ocupe muito tempo. Mas qualquer um dos miúdos gosta, à sua maneira. O Rui adora treinar e jogar, apesar de ficar muitas vezes frustrado quando as coisas não lhe correm bem. A Ana trabalha que nem um monstro, é uma guarda-redes de mão cheia, fruto do seu trabalho! A Sara adora estar com os amigos e vê o futebol da sua forma pura: como uma diversão!

As saudades apertam, mas sabemos que vamos voltar. Com o mesmo gosto, com a mesma paixão, havemos de voltar a jogar normalmente.


"Adoro esta foto. Também porque é a minha filha, claro. Mas porque é muito mais do que isso. Porque mostra uma menina de 4 anos, que joga futebol há mais de um ano, que adora o que faz, mas que ilustra tudo aquilo que deveria ser o futebol: a simplicidade, a alegria, e o estar ali por aquilo que o futebol é: um desporto que tanto gosta. Semana após semana, esta menina vais aos treinos, quer faça sol, quer esteja calor, quer esteja frio. Brinca muito, é certo (faz parte dos 4 anos). Cansa-se depressa, pois claro (faz parte dos 4 anos). Distrai-se quando eu chego ou passo ao pé dela nos treinos (faz parte dos 4 anos). Faz birra porque tem um "feitiozinho da m#$%a" e fica parada no meio do campo zangada comigo (faz parte dos 4 anos). Mas é de uma genuinidade que arrepia... É que é impossível correr desta forma se não gostar do que faz!"









domingo, janeiro 17, 2021

Bicicleta aos trinta e muitos

Temos a noção de que começamos a ficar velhos quando temos muitas recordações. Não, não me estou a lamentar! Até porque é coisa que não me preocupa muito, a idade, mesmo estando a chegar aos 40 (e já falta menos de meio ano...).

Faz hoje exatamente 9 anos que entreguei a minha tese de doutoramento. Sabia que tinha sido por estes dias, não tinha noção do dia exato. Apercebi-me quando folheei o livro há um par de dias. Mas lembro-me desse dia. Lembro-me do momento em que deixei nos serviços e lembro-me de ter ido para casa e de ter pensado: "E agora? O que faço?". Depois de 1340 dias, é uma pressão que sai dos ombros, mas é um vazio que fica. O mesmo vazio que senti sempre que entreguei cada um dos meus livros e que só não acontece nos outros trabalhos, porque esses já são feitos em "modo de perseguição", sempre com outros atrás.

O bom da vida, é que mesmo quase chegando aos 40 anos podemos sempre fazer coisas novas. O ano de 2020, que nos trouxe tanta coisa nova, trouxe-me também a prática de duas novas atividades físicas: o padel e a bicicleta. Já em tempos tinha experimentado o ténis. O padel tem muita coisa semelhante, mas é, simultaneamente, mais desafiante. Não substitui o meu gosto por jogar futebol (ou futsal) mas pelo número de participantes torna-se mais fácil arranjar pessoal.

A bicicleta, essa, já é diferente. Ainda antes de aparecer o Covid, o Rui e a Ana começaram a andar de bicicleta. Com o confinamento aventurei-me. E depois de algum tempo em que andava na bicicleta do Rui, com o desconfinamento acabei por comprar uma para mim. Em boa hora o fiz.

Andar de bicicleta faz-me bem. Já fiz uns quantos quilómetros com os pequenos (mais com o Rui, que tem mais resistência que a Ana) mas também já fiz muitos sozinho. A bicicleta tem-me permitido manter a forma e manter o peso que que trago desde meio do confinamento. A maior jornada que tive foi acompanhada do Rui, no verão, quando fizemos Évora-Arraiolos-Évora no mesmo dia. Com paragens para lá e para cá, além de uma paragem para almoço (quando ainda o podíamos fazer...). Depois dessa, segue-se a maior viagem a solo que fiz: 19,8km, já este mês.

Hoje decidi subir o Alto de São Bento, onde não tinha ido ainda de bicicleta. Fui com o Rui e a Ana, que fez a parte final da subida a pé ao lado da sua bicicleta. Depois voltámos. Tinha que ir ao Alto dos Cucos, levei novamente a bicicleta e decidi regressar à subida do Alto de São Bento. Já não consegui ir até ao topo mas fiquei quase. E regressei a casa (vejam o passeio aqui: https://www.relive.cc/view/v1vjAoEk3Yq).

Mas porque isso agora? Porque além da saúde há um outro objetivo solidário. Nos últimos anos tenho organizado uma festa de Natal na minha escola. Este Natal não foi possível, por motivos óbvios (podem ver o best of das edições anteriores aqui: https://www.facebook.com/events/143501173904834/). O Christmas in ESAE tem um cariz solidário, de angariação de bens. Como este ano não podia haver, decidi voluntariar-me para fazer Elvas-Portalegre de bicicleta, arranjando patrocínios para o efeito, em géneros alimentares. E ando a preparar-me para isso, quando a situação pandémica o permitir. E o passeio de hoje serve para a preparação do início dessa etapa, pois logo à saída de Elvas tenho a subida até ao Forte da Graça. Como eu tenho dito, se não "morrer" até ao Forte, certamente consigo fazer o resto. Ou não, dependendo do estado em que ficarem as pernas depois da subida...

O que me havia de dar (quase) aos 40...

sábado, janeiro 16, 2021

Vou ressuscitar o dogus-the-dog...

 Vou recuperar o blog. Este espaço (semi)privado em que dizia disparates, em que me respondiam com (mais) disparates e em que todos nos ríamos e reuníamos à distância. No último post, há mais de cinco anos, referia-me a dois motivos principais: o facebook, que permitia um contacto diferente, e o aumento do trabalho.

Atualmente continua a existir facebook, e o trabalho não só não diminuiu como cresceu, com o aumento das responsabilidades profissionais. Mas estou cansado. Estou cansado do facebook atual, em que se vomita ódio e em que nem se pode fazer uma piada que não haja meia dúzia de malucos atirar-se às pessoas. Não se pode ter uma opinião racional, mais ou menos argumentada, que vêm os arautos da liberdade, os arautos da supremacia, os super-informados em tudo. Toda a gente sabe de tudo: de Covid, de vacinação, de política, de futebol, de tudo o que nos rodeia. Pior: não só sabem de tudo, como têm razão em tudo.

Nesse post a que me referia, dizia que talvez um dia o paradigma mudasse e eu voltasse. E voltei! Mas voltei não só por causa do que disse no facebook mas também porque ontem mostrei aos meus filhotes a minha coleção de livros escritos com títulos pouco ortodoxos. Onde, claro, está o livro do cão. Abri, li algumas passagens, recordei algumas coisas. Recordei que o blog nasceu antes do Miguel (e desde essa altura nasceram 9 crianças na família). Recordei que o blog, nos primeiros meses de existência, passou por uma campanha presidencial (como a que temos agora). Recordei a neve de 2006 (como aquela que tivemos recentemente). Recordei o aparecimento do Miguel, do Rui, do Pedro e da Ana (não, agora não está ninguém para aparecer, a menos que não se saiba). Recordei a viagem à Grécia com a Carlita (também não vamos regressar à Grécia). Recordei muitos bons momentos...

Está na altura de voltar ao ativo. Conto com todos os seguidores do cão para continuarmos os disparates...