quinta-feira, fevereiro 11, 2021

A pandemia, o teletrabalho e a escola em casa (e estas coisas)

A cada dia que passa sinto-me mais convencido de que a reabertura deste cantinho me fez bem. Fundamentalmente porque aqui, ao contrário de outros fóruns, posso continuar a dizer alguns disparates, sem que venha logo algum maluco do politicamente correto dizer o que quer que seja.

Continuo a utilizar o Facebook, é certo. Todos os dias gosto de ir ver as minhas memórias e gosto de acompanhar algumas páginas e, óbvio, poder contactar com algumas pessoas que tenho como amigos. E sim, também deixo um ou outro post: a generalidade das vezes coisas dos miúdos para me rir; uma outra parte relacionada com os meus trabalhos académicos. Mas cansa-me o muro de lamentações. Pior: cansa-me que o facebook seja o muro de lamentações de pessoas supostamente inteligentes.

A última prende-se exatamente com a questão da escola em casa. Alguém muito preocupado que tem uma criança de 9 anos e outra de 5 e que tem que trabalhar em casa e que depois ressalva que alguma coisa de positivo se há de tirar, nomeadamente questões de autonomia para os miúdos. O post em si não é nada de lamuriante, mas os comentários têm um chorrilho de parvoíces.

Sim, não é fácil de gerir a situação que todos vivemos. Acho que não há quem não concorde com isso. Mas continuo a achar que o tempo que muita gente passa a dissertar sobre estas coisas nas redes sociais poderia ser passado a procurar soluções para minimizar esse problema. Ok, eu também demoro tempo a escrever estas coisas. MAS não me queixo da minha vida. Até quando disse que a minha sala parecia um call center foi para brincar com a situação, não para me queixar. É na sala que eu trabalho, dou aulas, vigio testes e tenho formação (atualmente, dois dias por semana). Na mesma sala onde o Rui e a Ana têm as suas aulas. Na mesmíssima sala onde há a única televisão que temos em casa, onde o João e a Sara se distraem. Mas convivemos de forma relativamente pacífica. Um aviso aqui, um grito ali, mas estamos a caminhar para o final da primeira semana e está tudo em paz (claro, com a Laura a ajudar). Eu continuo a fazer o meu trabalho de subdiretor, professor, coordenador institucional, investigador... Tudo em teletrabalho, com dezenas e dezenas de chamadas por dia, e com os 4 filhos em casa. Mas se disser isto no facebook "Ai Jesus, mas tu és pai, não és mãe, e isto, aquilo, e mais não sei o quê, e aqui o meu filho é mais pequeno, ou aqui o meu filho é maior, mas a minha escola é pior do que a tua, e mais não sei o quê". Felizmente ter um filho de 13 anos (8º ano), uma de 10 (5º ano), uma de 6 (pré-escolar), outro de 3 (que fala uma língua estrangeira que eu não percebo), ser subdiretor, coordenador institucional e tudo o que faço é a solução que os especialistas consideram ideal para este momento de crise. Ou então é sorte. Ou então devia era ter investido em Bitcoins há uns 5 anos que hoje era rico...

2 comentários:

. disse...

o teu João Pedro ainda fala uma língua esquisita?
mas para se esconder já sabe bem!

Dogus disse...

Ele é poliglota. Mas eu não percebo nenhuma...