Bom, sei que vai dar bronca, mas enfim... O objectivo do blog também é isto :) Já sei o que vai ser dito, que nem todos são iguais, etc. e tal. O problema é que esta é a tristíssima realidade e, por mais que digam, a norma...
Praxe 1
cena única
personagens: 2 senhoras estudantes e 1 senhor estudante; 1 transeunte
1ª. senhora estudante - O BICHO-PREMATURO ONTEM NÃO APARECEU CxxxxHx ! HOJE VAI FICAR ATÉ À NOITE CxxxxHx !
senhor estudante - E DEPOIS COMO É QUE VAI PARA CASA ? PARA MONTEMOR...
1ª. senhora estudante - QUERO LÁ SABER CxxxxHx ! DESEMxxxx-Sx ! (silêncio entrecortado pelos passos no alcatrão da Mitra )
1ª. senhora estudante - SÃO UNS MAL EDUCADOS ESTES BICHOS...
Praxe 2
Ontem na minha primeira aula de primeiro ano, um jovem aluno jazia prostrado sobre a mesa; nada de muito grave - apenas dormitava por conta de noite em branco passada. A discrição impedia de lhe perguntar razões. O aluno vem do Minho, e traz um guizo ao pescoço, com uma fita cinzenta.
Durante a tarde, em frente à cantina do Verney uns alunos novos estão a ser pintados; estão em fila como num pelotão de fuzilamento. Interrogando o chefe da trupe, que não está fardado, se tem autorização para tais práticas, ele grita para os jovens colegas: "Bichos, por acaso vocês estão a ser sujeitos a actos de praxe?". Os bichos, na sua herbivoricidade, balem, "Não, senhor". Insiste o interrogante, e como resposta, é mandado a tal parte. Dirige-se a um funcionário que finalmente os enxota.
Quem circula pelo parque adjacente ao Verney e ao Rossio de São Braz por certo escuta sons ferozes que impedem o supor haver pássaros e calma habitual em tal lugar. Aliás, quem circula no entorno do colégio Verney vê regularmente formações processionais.
Enfim, como diria o velho guarda de rua já meio surdo e cego, como que saido de um romance de Dickens: "um de outubro, meio dia e tudo vai bem".
E para não me dizerem que é só Évora que está mal, hoje em frente à UTAD pensei que estava no Alentejo...
4 comentários:
não me vou alongar muito nos comentarios...
já todos sabem a minha opnião sobre a praxe... Sou um praxista convicto e isso não mudará...
Fiz grandes amigos quando fui praxado e quando andei a praxar...
De resto não faço mais comentários alguns... será falar para as paredes...
Na minha opiniao, há praxes e praxes, tb praxei e fui praxada e só tenho boas memorias (talvez a luta de esterco tenha sido demais lol)
Seja como for, torna-se abusiva a praxe quando faltam ao respeito directamente com os alunos novos apenas por uso de uma autoridade que não existe!
Aconselho a vermos todos hoje a reportagem na SIC, sobre a praxe. E espero sinceramente que nao perguntem coisas so aos alunos de 1º ano..porque eu tb me queixava muito, mas mil vezes ser praxada do que praxar, fiz bons amigos e ainda me diverti imenso!
BEIJOS =)
Nem de propósito o programa de hoje da SIC (juro que não sabia).
Praxe "sim": recolha de assinaturas para dadores de medula (por exemplo, como foi referido).
Praxe "não": obrigarem (é este o verbo, não me venham com conversas) alguém a andar com uma tshirt a dizer "Sou jumento, sou caloiro".
Já nem falo das brincadeiras com as bebidas...
O problema é que se eu digo que sou anti-praxe sou deixado de lado e nem sequer me deixam queimar as fitas, por exemplo.
Agora dizer que não se fala para as paredes não é argumento. Eu não disse que são todos assim. Apenas a maioria...
Excerto de um mail...
"Tratando-se de um ensaio num local público a letra usada, é particularmente edificante, sobretudo para a família dos bichos solistas.
Cito:
(Refrão)
"Nós somos umas putas
umas prostitutas
Neste cabaré, olé, olé."
"Se não fossemos putas
seríamos prostitutas
neste cabaré, olé, olé."
(Solista bicho 1, fim do primeiro verso é o apelido do solista)
"Eu sou a puta freira
Só fodo na banheira
neste cabaré, olé, olé."
(segue-se o refrâo e entra o solista dois)
"Eu sou a puta caetano
fodo até ao tutano
neste cabaré, olé, olé."
etc. (refrão, solista n)"
E as salas às moscas: os bichos são obrigados a faltar...
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