Voltar a voar com a pomba...

É com um misto de satisfação e tristeza que estou de volta à minha casa... Em todos os sentidos.

A experiência em Palmela foi (e continuará a ser até ao final do período) muito enriquecedora. Fui encontrar um ambiente fantástico entre colegas e inclusivamente entre alunos. Mas o cansaço (e um ou outro episódio mais infeliz) acabam por moer um pouco. Saio, ao final destes curtos (ou longos...) 4 meses, mais crescido em vários aspectos. Como Professor e, principalmente, como Homem. Saio mais rico, com quase 100 razões para sorrir (65 alunos, mais uns quantos colegas e funcionários).

Parece um contra-senso, sair de algo que se gosta. Um ambiente muito bom e a fazer aquilo que se gosta, largando, para trás muitas coisas boas e um projecto que continuo a achar muito interessante. Mas muito longe. Longe ao nível de alguns princípios e longe fisicamente. E basta fazer umas contas engraçadas: se preciso de fazer cerca de 200km diários para ter 100 razões para sorrir, faço 2 km para obter um sorriso. Como devem imaginar, nem preciso de me mexer muito para sorrir, dentro de casa... Esse é, verdadeiramente, o melhor motivo.

Efectivamente as condições monetárias não são tudo na vida. É verdade que vou poupar algum (muito...) dinheiro em gasóleo, portagens e alguma comida (de vez em quando a fome aperta e as bifanas ficam mesmo a jeito, a meio do caminho...). Mas também perco a “segurança” de 14 ordenados por ano, para voltar a ter 12 (e um pouco mais pequenos). Mas tenho um outro ganho que não consigo sequer avaliar: evito o risco de fazer quase 3h de estrada diárias. Adoro conduzir. Faz bem. Mas assusta ver algumas coisas...

Enfim: estou de regresso a casa. À minha casa! A casa onde aprendi imenso daquilo que sou hoje. A casa onde espero continuar a construir o meu percurso. E onde posso voar com a minha pomba!