Escrita em momentos diferentes do tempo, por cada um de nós, em espaços diferentes. Pedi à minha irmã para escrever um texto sobre as férias, sendo que eu iria fazer o mesmo. Como é óbvio, há coisas que são diferentes. Mas há outras que vão tocar nos mesmo pontos. Era isso que me interessava. E conseguimos :) Seguem-se os textos. Primeiro o da Carla (pela saudação); depois o meu. São grandes (as nossas emoções também); mas leiam com atenção...
Καλημέρα! (Bom dia)
Como o Dogus disse, tudo começou dentro do avião. Foi a primeira vez que andei de avião, como também foi a primeira vez que sai de Portugal. Estava ansiosa :) e gostei muito, tanto da descolagem como da aterragem… aquele formigueiro na barriga é engraçado :) (vá lá que a primeira aterragem não foi como 5ª, senão acho que nunca mais quereria aterrar :P).
Sem dúvida que o primeiro voo foi o mais divertido. Era o primeiro, e nós ainda não estávamos fartos de avião… então foi o caminho todo a dizer baboseiras.
Apesar do belo almoço que me deram no avião, esse voo teve a sua parte engraçada, com o Paulo a partir a faca ao meio e esta ter ido parar ao prato da pessoa do lado… o que eu ri com isso! Já chorava a rir :)
Da Grécia há muita coisa para dizer. Aquilo é fantástico, apesar do frio que lá faz, não é Paulo? O frio subiu-nos à cabeça que eu já dizia que via porcos com bolotas no nariz pelo quarto e o Paulo em vez de contar carneiros contava linguiças!!! Não há nada a fazer…há já muito tempo que eu não passava tanto tempo com o meu irmão e não dormia no mesmo quarto que ele… foi como recordar os velhos tempos (da maluqueira).
Mas a primeira impressão da recepcionista é que eu nunca vou esquecer. Apesar de o Paulo achar que aquele é o estado normal dela, eu acho que ela já não estava muito sóbria, mas a melhor imagem é vê-la a gozar com o cliente!
Em relação à Academia, não tenho muito a dizer visto ter passado a maioria do tempo na internet a falar com o pessoal… mas de lá vou trazer uma grande recordação…eu toquei piano na Grécia! (apesar de eu achar que na minha casa ele seria muito melhor aproveitado :P). Da Academia trago também guardado aquele caminho… que apesar de longo era bastante divertido (imaginem o que é passar por postes de electricidade, em que todos eles tinham um cartaz, e haver uma alma a dizer “Óólhóóóó Zé Mendes!”, ou então imaginem apenas ver os carros a passear no meio da rua ou a andarem do lado esquerdo da estrada).
Mas foi no Aphea Village que eu mais me diverti! Foi o ar condicionado, os porcos, a “watermelon”, a lua… e a PISCINA! A piscina é simplesmente fantástica (à noite então…).
Outras recordações (e últimas, que o comentário já vai longo) são o belo do pão sem sal e o cheirinho bastante “agradável” daquela rampa terrível, como também os 2 jantares, estando nós, num deles, a ser escoltados por gatos :P .
Nós tentámos encontrar explicação para o facto do Ice Tea ser daquele preço… mas não encontrámos!
Foi uma viagem sem dúvida fantástica, de que eu não me vou esquecer… e quero por isso agradecer aos melhores irmãos do Mundo, porque sem eles esta viagem seria impossível! :)
P.S – Aconselho a nunca irem à praia em Creta… a água é muito fria :P
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Curioso que tenha levado para a Grécia, para ler (ainda que apenas tenha pegado nele à volta…), o livro “Três semanas com o meu irmão”… A verdade é que não acredito em coincidências… elas simplesmente acontecem…
Foi uma semana muito divertida e proveitosa, a vários níveis. Apesar da maior parte do tempo ter sido passado a relaxar na praia ou na piscina (o programa da conferência permitiu isso), a verdade é que também o trabalho correu muito bem. O artigo chamou a atenção, inclusivamente a pessoas famosas, e as questões que foram levantadas tiveram todas resposta. O que me faz sentir, de certa forma orgulhoso…
Mas a viagem serviu para outras coisas. Primeiro para ver que é muito difícil ficar longe de casa… No meio de todo o entusiasmo da ida, um balde de água fria quando chegámos: não havia forma de comunicarmos para casa, a partir do hotel, através da internet. Mas a Academia, do outro lado da aldeia, fornecia essa possibilidade… E, mesmo apenas com dois dias de trabalho efectivo, fizemos mais três viagens de ida e volta, sem sombra, à pior hora de calor, durante mais de 20 minutos, para ouvirmos a voz de quem mais gostamos, ainda que isso apenas mitigue a saudade. É isso mesmo, é o AMOR que temos pelos nossos que faz com que duas almas “percam” cerca de 1h por dia e uns quantos litros de suor para simplesmente nos comunicarmos mais do que um ou dois simples minutos (o possível, para não arrombar a conta do telemóvel). A única coisa que me custa pensar é que, em Janeiro, vou para Angola, mais tempo e sem companhia… Há-de passar depressa!
Finalmente, serviu para ver feliz a nossa Carlinha e estar novamente muito tempo com ela. Oportunidades destas aparecem uma vez na vida (Deus queira que ela tenha mais oportunidades de ir a paragens paradisíacas destas – pois é disto que se trata). Após um ano de imenso trabalho, ela bem que merecia este prémio. Fiquei muito contente ao saber que ela poderia estar, ali junto a mim, sem apanhar secas de meia-noite a ouvir coisas que não percebia. Nessas alturas, lá ficava ela, toda contente, na internet, a fazer o que poderia fazer em casa… Provavelmente, Creta será um dos últimos pontos do mundo a que um dia regressaremos. Mas podemos dizer que lá estivemos. E, aos 16 anos, não é qualquer pessoa normal que o faz…
Jamais me esquecerei do sorriso dela quando levantou do avião a primeira vez; do alívio que foi a primeira aterragem (ao se aperceber que não custava nada…; ao contrário do cagaço que todo o avião apanhou na nossa penúltima aterragem...). Do espanto com que vimos que às 9h30 da noite estavam 30 (!) graus na rua; da forma desenrascada como foi respondendo a algumas perguntas em inglês; da forma feliz como me respondia “Sim”, cada vez que lhe perguntava “Estás a gostar?”; da forma como, espontaneamente, antes de sair do carro, me disse “Antes que me perguntes outra vez, gostei muito”.
Tenho pena de não ter podido levar a minha Carla e o meu Ruizinho. Provavelmente não iremos a Creta, mas espero que a vida nos dê oportunidades de irmos juntos a outras paragens. Mas até pelo sorriso do Rui (e também da Carla), à minha chegada, valeram a pena os 7 dias que estivemos longe…
Agora, a muitos kms de Creta, e sentado a escrever este texto, cai uma pequena lágrima. Lágrima de saudade da Grécia (das pessoas, da praia, da forma como fomos recebidos); lágrima de alegria de lá ter podido ir (quantos não gostariam de estar no nosso lugar?); lágrima de orgulho porque cresci como profissional; lágrima de alegria pela felicidade da Carlita que, como é a única, posso dizer que é a MELHOR IRMÃ DO MUNDO! E que sem ela, a Grécia não tinha certamente um centésimo da piada que teve...
5 comentários:
Estás enganada Carla. É assim: "Olhó Zé Meeeeeeeendes!!!". Eu depois explico ao pessoal :)
Gostei muito dos textos... estão muito porreiros!
Ainda bem que gostaram... não esperava outra coisa, uma vez que Creta é simplesmente lindissima!
Carlita, apesar de me ter custado alguns dias de trabalho não tens nada a agradecer! Foi só uma pequena prenda à minha pecarrucha... nada que não possa um dia voltar a fazer...
A última frase era desnecessária...
Não é preciso dizer aquilo que eu e o eraser já sabemos.
;)
Sim, realmente enganei-me :P
Não era preciso dizer mas eu digo na mesma :)
Obrigada aos 3! Amo-vos :)
As cunhadas indirectamente tb ofereceram a viagem! Não é Licínia?! Apesar da minha situação precária... E o teu pai deu-te dinheiro para alguns 30 gelados, por isso tb contribuiu! Mas percebo o que queres dizer Carlita... :) Estava só a meter-me ctg!
Ainda bem que se divertiram. Fico contente por vocês. Eu tb aproveitei para estar mais tempo c/ a minha irmã, pq ela veio para cá, señ teria sido uma semana um pouco aborrecida... Mesmo tendo o piolhito ao meu lado... Ele é um lindo, sorridente, mexerico, mas ainda não me dá atenção!
Mas vendo as fotos faz de conta que estive lá c/ vocês :) E estão lindíssimas, de fazer inveja a qq um!
Fico muito contente que o trabalho do meu "piolho" grande tenha chegado além fronteiras! A internacinalização da investigação, o mostrar do trabalho que está a ser desenvolvido na Universidade, é muito importante e motivante! Tem todo o meu apoio... Só tenho pena não o ter acompanhado no seu "levantar vôo"! Mas não deixo de me sentir orgulhosa por isso:)
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