sexta-feira, janeiro 05, 2007

Não quero pagar imposto sobre a morte...

A pedido de muitas famílias (na realidade a mãe do meu afilhado...), coloco este post que, originalmente, foi um comentário noutro post.

"É engraçado que as pessoas (e a imprensa) conseguem transformar tudo o que querem de um discurso... Cada vez estou mais desgostoso com a nossa imprensa que faz o que entende com as palavras dos outros. E cada vez que oiço algumas palavras de algumas pessoas, vejo que há cada vez menos coerência em muitas delas. Refiro-me às palavras do papa quando associa o aborto ao terrorismo. Cada um interpreta como lhe convém (já as minhas professoras de português me diziam isto...). Mas convém ser coerente.

Curioso que esta semana foi boa para ver a incoerência de várias pessoas. Num programa de televisão, que faz a revista da imprensa logo pela manhã, começa por criticar as palavras do Papa e diz qualquer coisa do género: "Será que países em que o aborto é legalizado os podemos chamar de terroristas, quando na verdade até sofrem ataques terroristas que matam? Serão iguais?"

Depois a notícia seguinte tem a ver com as vaias que Saddam sofreu na altura do enforcamento. E o mesmo senhor diz qualquer coisa do género: "Já não bastava matá-lo ainda o envergonham daquela forma. Felizmente Portugal foi dos primeiros países da Europa a abolir a pena de morte."

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O que mais é o aborto que a pena de morte a inocentes? Acrescento: AINDA POR CIMA a inocentes? Não sou tão pouco defensor da pena de morte! Matar é matar. Em qualquer fase da vida humana...

Mas há sempre uma lufada de ar fresco, no meio de pessoas incongruentes e incoerentes.

António Borges, pessoa que eu muito estimo... passei a estimar mais. Fez as contas. Por cada aborto 2,3 abortos que se fazem, atrasa-se uma operação do serviço nacional de saúde. E como estão todas em dia... Descobri um blog pelo "Não". http://antiaborto.blogspot.com. Consultem. Mesmo quem quer votar "sim" vá lá ouvir os argumentos dos outros (normalmente são mais fundamentalistas, preferem não ter oposição).

E digo mais: fazer um aborto custa mais do que o meu (miserável) salário. Porque carga de água é que tenho que pagar algo que não concordo? Algumas mentes iluminadas dizem logo: que raio de economista és tu que não sabes que todos têm que contribuir, quer concordem com as políticas ou não? A esses eu respondo: que valente merda que estás para aí a dizer... Eu sei que o meu dinheiro vai para onde o Estado quiser (muitas vezes, de certeza, para o bolso de algum dos boys...). Mas também há coisas que, se não concordo, evito de as pagar. Fujo ao fisco? Não! Simplesmente posso não entrar numa auto-estrada e não pagar portagem... do mesmo modo acho que devia não entrar na portagem para a morte, se não quero matar... Se eu disser que todos devemos pagar as auto-estradas chamam-me maluco: senhor economista - já ouviu falar do princípio do utilizador pagador? Eu respondo: já...

Outra coisa que estava aqui a pensar. É que quem vai fazer um aborto, em princípio não pagará nada. É que as mulheres grávidas estão isentas de pagar quando vão ao hospital... Ou seja, a minha mulher está grávida tem que pagar para matarem os filhos das outras... Mais: como o Estado não tem dinheiro para nada, ainda vai ter dinheiro para menos; fecha tudo e mais alguma coisa; a minha mulher para ter uma consulta na ginecologista a tempo e horas (antes que o bebé nasça...) tem que ir ao privado. Já não basta pagar o "imposto da morte" ainda não lhe é permitido ter as consultas que (supostamente) são gratuitas...

Onde está aqui a solidariedade fiscal? Só falta mesmo pôr um quadrado no IRS para que as mulheres que fazem abortos tenham benefícios fiscais por causa disso...

Não me venham com tretas a dizer que o "Não" ao aborto é uma luta da igreja. Porque é uma luta também do contribuinte que já vê desperdícios a mais do dinheiro que paga ao Estado...

As sondagens são sondagens. Dão uma clara derrota ao "Não". Até 11 de Fevereiro esperamos por uma reviravolta, mas começo a ficar desanimado com os resultados. Conclusão: estamos a entrar numa sociedade da morte.

Tenho uma amiga minha que defende o "sim". Nunca mais discutimos a questão por um simples motivo. Ela assumiu-me que sabe que está a matar uma vida. Eu chamei-lhe assassina. Ela disse-me que nunca faria o aborto (então se nunca faria porque vota sim?!?!?). Em todo o caso, respondi eu, és autora moral de muitos assassínios que se vão passar. Calou-se... Se calhar dorme bem com isso... Nunca mais discutimos a questão do aborto porque eu cheguei ao ponto que queria: abortar é matar. Se ela está consciente disso... problema dela..."

1 comentário:

Vitor Hugo disse...

Voltamos a chover no molhado... ABORTO = MORTE

A fórmula é simples, ñ é preciso nenhum engenheiro nem perito em matemática para a decifrar...

Se há pessoas k conseguem viver com isso o problema é delas...

Qt a pagar tens mta razão... qd o aborto for uma kestão d saude publica (ñ entendo como isto pode acontecer) todos nós k pagamos impostos (eu já posso afirmar isto pk já m sai do corpo) iremos andar a financiar assacinatos... Esta é a verdade... e ñ m venham tapar o sol com uma peneira...