Aproxima-se a campanha mais importante (?!?) deste ano (sim, porque europeias são amendoins) e já estou a adivinhar a conversa. Vamos por partes:
- começámos com um crescimento de 0,7% ou 0,8% (não tenho bem a certeza)
- logo em Janeiro, passou para -0,8%, com um orçamento suplementar (o mais rápido de sempre - este governo é o maior!...). Nessa altura lancei o desafio de quantos orçamentos iríamos ter este ano, lembram-se?
- em Janeiro o pseudo-engenheiro vangloriava-se que o desemprego estava uma décima abaixo do que o governo previa, ligeiramente abaixo dos 8%. Como se uma taxa desse género fosse para alguém se vangloriar... (parece os miúdos da escola - eu tive nega, mas o Joãozinho teve uma ainda pior!)
- o Banco de Portugal, no boletim da Primavera, atira com uma previsão de -3,5% para o PIB. Logo nesse dia comentei com algumas pessoas que não íamos ficar por aí, e atirei para o ar o número de -5%.
- passado alguns dias o FMI aproxima-se da minha "previsão" (porque eu não previ nada, apenas atirei um número) com -4,1%.
- pior que isso (se é que pode ser pior...) atira com uns 11% para o desemprego. Mas uns 11% que não são reais. Porquê? Porque temos algumas centenas ou milhares (não faço ideia de quantos...) que estando em cursos de educação e formação para adultos (EFA) não são considerados desempregados (só eu tenho 56...).
Tendo tudo contextualizado, e depois de expressões no final do ano como "somos dos poucos países da Europa que não entrou em recessão" já sei o que vem para aí:
- "estamos assim devido à conjuntura internacional"
- "a culpa é de quem esteve antes, que não nos deixou condições"
- "há países piores do que nós, como a Espanha ou a Irlanda" (estimam-se recessões maiores, sendo que a Espanha terá uma taxa de desemprego neste momento à volta dos 17%)
Infelizmente Portugal é um país tão atrasado, que está sempre... atrás! Até a entrar em recessão. E vamos continuar atrás, porque quando os outros recuperarem, nós continuamos a perder terreno...
Mas ainda tenho mais propostas para os slogans do governo:
- "estamos a criar boas condições aos portugueses, porque por nossa causa a euribor está mais baixa do que nunca, a taxa de inflação está em terreno negativo, e nunca ninguém conseguiu comprar acções do BCP por tão pouco dinheiro"
- "a TAP tem quase 300 milhões de euros de prejuízo, porque há menos voos, mas isso não interessa porque só porque vamos construir o aeroporto ex-Ota vamos aumentar o número de voos que vêm para Portugal, até porque as pessoas vão querer andar no nosso TGV".
Já agora, podem pôr o POPH a funcionar? Só por acaso dava um pouco de jeito...
Sem comentários:
Enviar um comentário