Ao fim de 14 anos, o Dogus morreu... O bichinho que deu origem a isto tudo já não está cá. O cão que sabia Estatística e Econometria... o cão que teve um programa de rádio e que tem um livro! Que aturou vezes sem conta diabruras dos 4 miúdos sem nunca reagir... O meu cão...
2 comentários:
Hoje disse aos meus colegas: "ontem recebi a notícia da morte de um amigo..."
É certo que era um cão... mas, como é dito no post..., era o MEU (nosso) cão...
Desde um aflitivo episódio com uma pastora alemã que eu tinha pavor de cães... até que o meu amigo Dogus me foi conquistando e mostrando que, como os humanos, há cães e Cães...
Já era crescidinho quando ele apareceu lá em casa... e lembro-me de ter achado um disparate tal ideia (o pavor a falar...)...
A memória seguinte que tenho... é a de andar com ele ao colo, com uma pata engessada...
Passei a ter sempre alguém que me vinha buscar à porta, quando entrava em casa... (o que a certas horas da noite trazia alguns problemas...).
Quando alguém ficava doente... quando o namoro tremeu e passei muito tempo no meu quarto... foi o companheiro fiel e dedicado, que só abandonava o "paciente" para ir "cumprimentar" quem chegava à sua casa...
Sim... aquela casa era sua... era a sua...
Não tenho memória daquela casa sem o Dogus...
Não me devo enganar muito, se disser que provavelmente será o único cão a ter o privilégio de dormir comigo... e de comer do meu prato... à mesa...
Amigo Dogus,
obrigado por todos esses momentos,
obrigado por brincares às touradas com os meus filhos (cão sofre!...),
obrigado por seres o companheiro da minha mãe...
Adeus devorador de bombons, gelado, rebuçados e outras guloseimas...
Serás sempre o MEU cão :)
Havia muito mais a dizer sobre o Dogus... Eu ontem não tive propriamente muita coragem de o fazer. Exatamente por isso, porque era o nosso cão!
Também me lembro do cão com a patinha engessada, a subir as escadas e a ouvir-se um "toc toc toc" casa acima...
... da forma como ele recebia as pessoas em casa. O ladrar dele a tocar a campainha, que deixou de ser habitual para o final da vida dele...
... de saber a contar até três com os bombons da avó...
... da tosga que uma vez apanhou, porque era guloso como o raio e quis comer a amêndoa no meio da aguardente...
... de ficar doente connosco...
... de brincar com o avô Manel nos seus últimos dias de vida (um dos últimos sorriso do avô foi com o Dogus...)
... de ter ouvido a outra maluca dizer que tinha ficado arrepiada porque o cão uivou durante o funeral do avô...
... de ir à cozinha e quando voltava ter o prato vazio...
... de ver o Dogus comer com garfo e beber no copo...
... das vezes sem conta que me aqueceu os pés...
São imensas recordações de um bichinho que eu adorava... ao ponto de criar um blog e um livro dele!!!
Hoje tenho já outra cadelinha. Por sinal o oposto do Dogus, por ser branquinha. Passado poucos minutos de ter sabido, por acaso a Pipoca andava por ali. Peguei nela ao colo e disse-lhe que tinha perdido o namorado. E senti um aperto no coração pois também eu perdi um amigo. De 4 patas, mas um amigo...
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