... mas aos nossos olhos, os pequenos gestos dos nossos parecem sempre únicos.
Estou a referir-me ao Rui. As minhas princesas chegaram hoje a casa. É impossível que alguém diga que não há o receio que o primeiro filho reaja de forma estranha ao aparecimento do segundo. Mas há coisas que um pai sabe reconhecer à légua: desde a primeira reacção do Rui à mana, ainda no hospital, deu para perceber que não iria ali haver nada de estranho.
A verdade é que a história se repete! Fez na quinta-feira 3 anos e 4 meses que nasceu o Rui. Nessa noite, o menino recebeu uma visita que para mim foi muito especial - o Miguel. Aquela criancinha, com ano e pouco, chegou-se ao pé do primo e fez uma festa. Como pai e padrinho, fiquei de coração cheio. Passados 3 anos e 4 meses, numa mesma quinta-feira, nasce a Ana. A meio da tarde entra o Rui na sala... corre para o colo da mãe... e fica embevecido a olhar para a mana. Como pai dos dois, percebi o que ali estava.
O Rui voltou ao hospital umas 3 ou 4 vezes. Fez festa, pegou ao colo, deu beijinhos. Ri quando a mana chora (vai haver alturas em que se calhar choram os dois...). Fica enternecido quando a mana dorme.
3 anos e 4 meses depois voltam a ter alta, neste caso as duas meninas. Após horas em que este muita gente em casa, em que o Rui pouco se manifestou, num momento em que estavam apenas 3 pessoas na sala o Rui chega-se ao pé da mana, sem que ninguém lhe diga o que quer que seja, encosta-se e dá duas festas na mana. E volta a sair e a brincar com as coisas dele.
É como digo: certamente existiram milhares de crianças assim. Nós temos duas que podemos confirmar as suas reacções. Provavelmente temos 4 em casa (o Pedro é uma ternura, e a Ana não dá ainda para ver).
Mas o melhor estava guardado para mais ao final da noite. Eu lembro-me perfeitamente do primeiro sorriso do Rui, para mim. Aliás, está documentado aqui no blog. Tinha 48 horas. Pode ser reflexo, mas está aqui. Com repetição fotografada aos 10 dias, aqui. Aliás, quem conhece o Rui sabe que ele é e sempre foi uma criança de sorriso fácil (e lindo...).
Acredito, pelo que li na altura, que não é normal nas crianças. Não que sejam antipáticas, mas porque não o sabem fazer. Ser um privilegiado deixou-me na altura de coração cheio. 3 anos e 4 meses depois, a história repete-se. Não tenho foto da Ana a sorrir; aliás, acho que a Ana ainda não sorriu para o pai. Pode até já ter sorrido para mais alguém, que eu não me importo. Mas o primeiro sorriso que eu vi da Ana foi... para o irmão. Esta noite, após mais um momento em que o Rui se chegou ao pé da mana e lhe fez uma nova festa. Essa será uma foto só minha, mas que espero jamais esquecer!
2 comentários:
Percebo exactamente o que escreves.
Faz hoje uma semana, não consigo esquecer o choro do Miguel de preocupação com o irmão. Acho que se chama AMOR!
Isto só mostra é que somos nós, adultos, que complicamos... o Rui vive com a irmã há 24h e parece que é desde sempre...
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